quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Ciência, Tecnologia e a Sociedade em rede

A segunda guerra mundial, estabeleceu diversas das vertentes seguidas atualmente pela sociedade contemporânea. Uma das consequências do conflito, foi a necessidade de obter novas tecnologias de comunicação, rápidas e eficientes. Assim, entre os meios militares foi percebida a criação de diversos métodos e aparelhos de criptografia de informações, envio de mensagens, e outros aplicativos que estabelecessem a comunicação e troca de informações constantes entre os campos de campanha.

Essa necessidade, foi apenas ampliada com a chamada “Guerra Fria”, conflito passivo entre a União Soviética e os Estados Unidos, que motivou a criação de novas tecnologias, inclusive no âmbito da comunicação, conflitos posteriores como a campanha americana no Vietnã apenas intensificaram essa tendência.

Uma dessas tecnologias, é a atualmente conhecida, Internet. O maior conglomerado de redes de comunicações do mundo, nasceu durante a Guerra Fria consequência da competição por hegemonia tecnológica entre as potências capitalista e comunista. Logo após o lançamento do primeiro satélite artificial da Terra (Sputnik 1) pela URSS, os EUA se viram pressionados à avançar tecnologicamente também, para isso foi criada a DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency) a qual posteriormente desenvolveu um novo departamento dentro de sua organização, conhecido como IPTO (Information Processing Techniques Office) o qual tinha como tarefa o desenvolvimento de novas tecnologias para o envio de informações.

Uma das conquistas deste novo departamento, foi o chamado Arpanet (1969), sistema que se baseava na comutação de pacotes ao invés da usual comutação em circuitos, o que viria à conferir a maior estabilidade das redes de comunicação. O Arpanet, foi apenas o embrião da atual rede que utilizamos, a WWW (World Wide Web) ou simplesmente Web como conhecemos hoje, veio à vida apenas em 1990, desenvolvida pelo CERN (Organização Nuclear para Investigação Nuclear).

O próximo passo para a massificação de tal tecnologia, foi a implantação da mesma em Universidades e em meios organizacionais, sendo esta última a maior beneficiada, pois com a aplicação desta, a otimização dos processos tomou dimensões nunca antes vistas, a troca de dados em tempo real foi possível, e a consequente diminuição do desperdício e otimização do trabalho acabaram influindo no desempenho produtivo (e consequentemente lucrativo) destes meios.

Apenas em 1990 que a internet começou a influir significantemente na sociedade, o principal pivô dessa tendência foi o sucesso comercial do Windows 3, sistema operacional desenvolvido pela Microsoft o qual alavancou a venda e popularização dos chamados computadores pessoais (PC’s).

Inicialmente o uso da Web estava restrito à universidades e aos campos industriais, foi apenas em entre 1996 e 1997 que a Internet se popularizou nos meios domésticos, consequência da falta de controle sobre a utilização do sistema de redes, que promoveu a criação de empresas desenvolvedoras de novos softwares que proporcionaram o acesso irrestrito da população à internet e o compartilhamento de dados crescentes entre estes novos usuários. Abaixo está implícita uma pesquisa realizada pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), a qual expõe o crescimento exponencial do número de usuários entre 1997-2007 em uma amostra de 100 habitantes:


O uso crescente da Internet, e a liberdade criativa propiciada pela mesma, acabou por chamar a atenção de muitos investidores que viram nos usuários, consumidores em potencial, o surgimento exponencial de sites, cada vez mais variados e abrangentes, que propiciavam a realização das mais variadas tarefas virtualmente, tais como o pagamento de contas, compra de produtos e outros, acabou por influenciar não somente na adesão pessoal do indivíduo à internet, mas agora tomando proporções obrigatórias de inserção pessoal do indivíduo.
            
O surgimento e popularização das redes sociais pode ser observado como uma das principais vertentes da mecanização do relacionamento humano propiciada pela Web. Já não era preciso sair de casa para conhecer, compartilhar experiências e criar laços afetivos com novas pessoas, era preciso apenas um computador conectado à rede mundial. Facebook, Orkut, Twitter, Tumblr, são apenas alguns exemplos da infinidade de redes sociais virtuais existentes atualmente.
            
O crescimento e utilização das redes sociais como atividade complementar ao convívio humano (sendo algumas vezes visto como base) é uma tendência notável entre a população mundial, nos dias de hoje, estar conectado, ser usuário de redes sociais virtuais, é possuir uma vida social, é estar inserido no meio.
            
Segundo dados do Norton Cybercrime Report (2011), os brasileiros passam em média 30 horas semanais conectados (seis horas à mais que a média mundial, que é de 24 horas), sendo que destes, 44% alegam utilizar-se da internet para se manter conectado às redes sociais, pois sem estas, perderiam seus contatos.

Para o futuro é esperado a continuidade do processo de inclusão digital, pois a internet não apresenta benefícios somente para o usuário seja por sua praticidade ou conteúdo expansivo, existem muitas empresas de olho nestes possíveis consumidores, sendo assim, a virtualização dos estabelecimentos comerciais e a intensificação nos investimentos em propagandas em sites é uma tendência otimista e aplicável, o contato diário e obrigatório do usuário com propagandas seja no canto de uma janela de bate papo ou no início de um vídeo no YouTube, são vistas como grandes oportunidades de cativar novos consumidores.

Smartphones, Tablets e outros dispositivos de uso móvel os quais possuem conexão, assim como a disponibilização de conexão à internet de forma barata e de boa qualidade, são vertentes já bastante estudadas. Hoje já se tornou obrigação do governo público, a disponibilização ao acesso gratuito de internet, assim como a expansão do número de redes e inspeção da qualidade de conexão, bem como das empresas que oferecem estes serviços.

O que fica de tudo isto, é uma visão otimista de um mundo cada vez mais globalizado, e a mudança no comportamento mundial, com a inserção constante das mídias digitais em nossas vidas, assim como a adequação da própria população à este novo cenário mundial, além da necessidade dos meios comerciais seguirem esta tendência e se virtualizarem também de maneira à atender esta nova e crescente demanda.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Relatório Norton Cybercrime 2011


 Há quatro anos a Norton, conhecida empresa desenvolvedora de softwares anti-vírus, realiza relatórios sobre as tendências seguidas pela comunidade inserida no âmbito virtual, os dados obtidos são deveras curiosos e apresentam uma visão ampla e de fácil compreensão dos resultados obtidos pela pesquisa. O relatório traduzido de 2011 se encontra acessando o link abaixo, confira:

http://br.norton.com/cybercrimereport

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Cyberbullying/Difamação Virtual

 Como foi dito no texto de Walter Antonio Bazzo, estudado durante o curso, os estudos de CTS dividem-se entre a tradição europeia e a tradição americana. Nosso trabalho segue a vertente europeia, à medida que o blog traz uma análise de caráter descritivo sobre a relação entre o indivíduo e as redes sociais.

Buscamos um marco explicativo através da psicologia, fazendo uma interação entre alguns fenômenos ocorridos nas redes sociais e certos complexos psicológicos. Um exemplo é o cyberbullying, que nada mais é do que uma maneira vexatória e discriminatória de exposição do outro por meio das redes sociais. Podemos acompanhar diversos casos de suicídio ou depressão daqueles que sofrem tais atos, como o caso recente da garota Fran, de 19 anos, que teve vídeo de sexo divulgado nas redes sociais. Tais exposições podem trazer consequências psicológicas graves para a vítima, que se afasta do convivio social por meio de perseguições. 

Projeto de Lei

 Na quarta-feira (23/10), o deputado federal Romario (PSB - RJ) apresentou o Projeto de Lei 6.630 de 2013, que torna crime a divulgação indevida de material íntimo. Em seu perfil no Facebook, o político e ex-jogador de futebol publicou nesta sexta-feira dia 25 que "esses crimes se tornaram muito comuns depois dos smartphones e causam prejuízos irreversíveis à moral e à integridade das vítimas, que são, em sua maioria mulheres."

 No projeto apresentado, Romário justificou que a Constituição Federal já assegura o direito à inviolabilidade de intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas. "Contudo, lamentavelmente cresce o numero de mulheres que têm suas imagens íntimas disponibilizadas nos meios eletrônicos por seus ex-companheiros, por ato de vingança, humilhação ou autopromoção", relatou.



segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Curiosidades sobre o Facebook

 Descobrimos no Youtube um vídeo que nos revela alguns dados numéricos sobre a rede social mais usada e mais influente no planeta, o Facebook.




Os dados apresentados no vídeo, respectivamente traduzidos para o português:
  • A partir de 2011, havia 500,000,000 de usuários ativos no Facebook;
  • Isso é 1 em cada 13 pessoas na Terra;
  • 48% dos usuários de 18 aos 34 anos de idade checam o Facebook assim quando acordam;
  • Existem 206,2 milhões de usuários de internet nos Estados Unidos, isso significa 71,2% da audiência da web nos Estados Unidos está no Facebook;
  • 57% das pessoas falam mais online do que falam na vida real;
  • 48% dos jovens norte americanos disseram que descobrem as notícias através do Facebook;
  • Um recorde de 750 milhões de fotos foram enviadas para o Facebook somente no fim de semana do ano novo;
  • 20 minutos no Facebook: 
       Links compartilhados - 1.000.000. 
       Convites de eventos- 1.484.000
       Fotos marcadas - 1.323.000
       Atualizações de status - 1.851.000
       Pedidos de amizade aceitos - 1.972.000
       Fotos enviadas - 2.716.000
       Mensagens enviadas - 2.716.000
       Comentários feitos - 10.208.000.


sábado, 14 de dezembro de 2013

Dica de leitura: A Era da Informação




A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura, é uma trilogia de livros de autoria do sociólogo espanhol Manuel Castels lançados entre 1996 e 1998, sendo esta composta pelas seguintes obras: A Sociedade em Rede (1996), O Poder da Identidade (1997) e a conclusão, Fim do Milênio (1998).

Em sua obra o autor destrincha os impactos da internet e de outras mídias digitais sobre a sociedade e a cultura contemporânea como um todo, apresentando uma detalhada análise da história das redes, desde seus primórdios, quando até então era utilizada em campanhas militares, para a rápida troca de informações, até sua posterior aplicação nos meios industriais e logo após com o surgimento dos microcomputadores sua entrada, nas casas de cada um de nós.

Além disso, nos é apresentado os impactos da rede sobre os meios industriais, a maneira como as mídias digitais propiciaram a melhor organização e controle dos processos industriais de maneira barata e prática, contribuindo para a expansão do capitalismo e da economia mundial.

Por último, o autor apresenta análises dos impactos futuros que a internet poderia vir a trazer, para a sociedade como um todo, baseado naquela época no constante crescimento, é importante ressaltar que as mídias digitais já possuíam um crescimento e aplicação consideráveis já naquela época nos países mais desenvolvidos, o que só veio acontecer em terras tupiniquins anos mais tarde.

Confesso que ainda não li a trilogia, mas me interessei bastante pela narrativa e o conteúdo em si, considero que fica aí uma boa dica de leitura e que se aplica bastante à disciplina em questão, pois além de tratar das relações pessoais, a obra expressa e discursa bastante sobre a tecnologia e de que maneira ela influencia os meios organizacionais e a nossa vida. 


PS: Procurei saber, e temos exemplares disponíveis na biblioteca da universidade!

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

A lacuna não preenchida entre o virtual e o real.

 Na década de 70, o sociológo americano Robert Weiss escreveu que existem dois tipos de solidão: a emocional e a social. Segundo ele, "a solidão emocional é o sentimento de vazio e inquietação causado pela falta de relacionamentos profundos. A solidão social é o sentimento de tédio e marginalidade causado pela falta de amizades ou de um sentimento de pertencer a uma comunidade".
  
 É através da solidão emocional que as pessoas sentem estarem sozinhas, mesmo quando estão rodeadadas de pessoas. Ela  tem se intensificado nos ultimos anos com o avanço e popularização das redes sociais pelo Brasil e pelo mundo. Em média, uma pessoa comum possui mais de uma centena de contatos nas redes sociais (Orkut, Facebook, Twitter, etc), mas segundo o antropólogo inglês Robin Dunbar, os seres humanos só conseguem manter uma relação social estável com 150 pessoas. Mesmo que se tenha um numero de amigos inferior a esse número proposto por Robin, é muito improvável que se conheça pessoalmente todos os contatos e, mesmo que isso seja fato, quase sempre não são mantidos relacionamentos próximos com essas pessoas.

Ou seja, a utilização das redes sociais não pode suprir a necessidade humana de contato constante e convívio, já que somos seres muito dependentes de sociabilidade. As amizades virtuais geralmente não ultrapassam o nível de coleguismo, enquanto as verdadeiras amizades ficam quase sempre restritas às pessoas com quem mantemos contato diariamente e de uma forma mais íntima de próxima, já que a interação virtual não pode suprir a necessidade de sentimento. Jamais será possível conversar e se sentir do mesmo jeito quando se interage com uma pessoa pessoalmente, e quando se faz isso através de um smartphone ou computador.